EDUCAÇÃO DE QUALIDADE: UMA IRONIA AO CONCEITO DE EDUCAÇÃO
Há muito tempo estamos assistindo a discursos vazios que brotam de debates inconsistentes e de intenções diversas sobre educação. Intenções que passam longe de beneficiar a educação.
Este texto é carregado de desabafo, de angústia, de medo, de desafio, mas é a leitura que faço do que chamam de educação em nosso país.
Virou moda falar em educação de "qualidade". Será que no conceito de educação já não está posta a ideia de qualidade? Por que falar em qualidade na educação? Se não temos qualidade na educação, também não temos educação. E de fato não temos. Se falamos em "qualidade", estamos dizendo que existem diferentes tipos de educação, umas melhores e outras piores. Será que não existe um preconceito com relação a educação ao falar que uma é melhor que outra? Creio que sim.
Aqueles que "pensam" a educação a partir deste viés, não querem falar exatamente da educação, mas querem questionar a capacidade dos profissionais ligados a ela. Dizer que temos educação sem "qualidade" é o mesmo que dizer que temos profissionais incompetentes. Será que não há aí uma justificativa para a desvalorização desses profissionais?
Não temos educação em nosso país, temos, sim, escolas que tem a função de treinar pessoas para servirem aos grandes empresários que financiam o poder político em nosso país. Essa é uma angústia muito grande, pois cada geração que passa alarga ainda mais o distanciamento entre o que é o ser humano e o espírito de competitividade pregado pelo consumismo.
Educação é FORMAR e não INFORMAR seres humanos. Há alguns anos atrás diziam que "a informação é tudo", mas não é o que aconteceu. Diante de tanta informação que temos os problemas permanecem os mesmos e mais robustecidos. O prefixo in é uma negação. Será que a palavra informação que temos hoje não é a negação da formação?
Formar significa dar condições para que o estudante faça uma reflexão sobre a sociedade em que ele está inserido. É dar ferramentas para que ele mesmo possa construir seu caminho. É dar oportunidade de ESCOLHAS, pois a vida é assim, cheia de escolhas.
É ridículo falar em metas na educação, falar em índices. É querer coisificar tanto o estudante como o conhecimento por ele adquirido. Só poderemos saber o que de fato o aluno aprendeu, mediante o PAPEL SOCIAL que este estudante irá desenvolver. Portanto os resultados serão a longo prazo.
Amigos leitores, não direciono a nenhuma pessoa em especial, é apenas a minha angústia diante daquilo que vejo acontecer em nosso país.
Professor Paulo Vieira - Filosofia
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