Podemos entender a Sociologia
como uma das manifestações do pensamento moderno.
O seu surgimento ocorre num contexto histórico específico, que coincide com os derradeiros momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista. O século XVIII constitui um marco importante para a história do pensamento ocidental e para o surgimento da Sociologia.
O seu surgimento ocorre num contexto histórico específico, que coincide com os derradeiros momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista. O século XVIII constitui um marco importante para a história do pensamento ocidental e para o surgimento da Sociologia.
A dupla revolução que este século
testemunha. – A industrial e a francesa – constituía os dois lados de um mesmo
processo, qual seja a instalação definitiva da sociedade capitalista. Na
Revolução industrial significou algo mais do que a introdução da máquina a
vapor e dos sucessivos aperfeiçoamentos dos métodos produtivos. Ela representou
o triunfo da indústria capitalista, convertendo grandes massas humanas em
simples trabalhadores despossuídos.
A cada avanço com relação á
consolidação da sociedade capitalista representava a desintegração, o solapamento
de costumes e instituições até então existentes e a introdução de novas formas
de organizar a vida social. A utilização da máquina na produção não apenas
destruiu o artesão independente. Este foi também submetido a uma severa
disciplina, a novas formas de conduta e de relações de trabalho, completamente
diferentes das vividas anteriormente por ele. A formação de uma sociedade que
se
industrializava e urbanizava em ritmo crescente implicava a reordenação da sociedade rural, a destruição da servidão, o desmantelamento da família patriarcal, etc. A transformação da atividade artesanal em manufatureira e, por último, em atividade fabril, desencadeou uma maciça emigração do campo para a cidade, assim como engajou mulheres e crianças em jornadas de trabalho de pelo menos doze horas.
industrializava e urbanizava em ritmo crescente implicava a reordenação da sociedade rural, a destruição da servidão, o desmantelamento da família patriarcal, etc. A transformação da atividade artesanal em manufatureira e, por último, em atividade fabril, desencadeou uma maciça emigração do campo para a cidade, assim como engajou mulheres e crianças em jornadas de trabalho de pelo menos doze horas.
A desaparição dos pequenos proprietários
rurais, dos artesões independentes, a imposição de prolongadas horas de
trabalho, teve um efeito traumático sobre milhões de seres humanos ao modificar
radicalmente suas formas habituais de vida. As desaparições dos pequenos
proprietários rurais, dos artesãos independentes, a imposição de prolongadas
horas de trabalho, tiveram um efeito traumático sobre milhões de seres humanos
ao modificar radicalmente suas formas habituais de vida. Estas transformações,
incluindo as cidades, passavam por um vertiginoso crescimento demográfico, sem
possuir, no entanto, uma estrutura de moradias, de serviços sanitários, de
saúde. As conseqüências da rápida industrialização e urbanização levadas a cabo
pelo sistema capitalista foram tão visíveis quanto trágicas: aumento da
prostituição, do suicídio, de surtos de epidemia de tifo e cólera. Um dos fatos
de maior importância relacionados com a revolução industrial é sem dúvida o
aparecimento do proletariado e o papel histórico que ele desempenharia. Os
efeitos catastróficos que esta revolução acarretava para a classe trabalhadora
levaram na a negar suas condições e vida. As manifestações atravessam várias
fases:destruição as máquinas, atos de sabotagem, roubos e crimes, evoluindo
para a criação de associações livres, etc.
A conseqüência desta crescente
organização foi a de que os “pobres” deixaram de se confrontar com os “ricos”;
mas uma classe específica, a classe operária, começava a organizar-se.
Qual a importância desses
acontecimentos para asociologia?
O que merece ser salientado é que
a profundidade das transformações em curso colocava a sociedade num plano de
análise, ou seja, Visto que na nascente sociedade industrial produziria
fenômenos inteiramente novos que mereciam serem analisados. A sociologia
constitui em certa medida uma resposta intelectual ás novas situações colocadas
pela revolução industrial. É a formação de uma estrutura social muito específica
– a sociedade capitalista – que impulsiona uma reflexão sobre a sociedade.
O pensamento paulatinamente vai renunciando a uma visão sobrenatural para explicar os fatos e substituindo-a por uma indagação racional. A aplicação da observação e da experimentação, ou seja, do método científico para a explicação da natureza, conhecia uma fase grandes avanços.
O pensamento paulatinamente vai renunciando a uma visão sobrenatural para explicar os fatos e substituindo-a por uma indagação racional. A aplicação da observação e da experimentação, ou seja, do método científico para a explicação da natureza, conhecia uma fase grandes avanços.
O emprego sistemático da
observação e da experimentação como fonte para a exploração dos fenômenos da
natureza estava possibilitando uma grande acumulação de tatos. Possibilitando
controlar e dominar.
Outro fator para o surgimento da
sociologia foi dada pelas modificações que vinham ocorrendo nas formas de
pensamento. Assim como abriu um espaço para a constituição de um saber sobre os
fenômenos históricos sociais. Nesse caso, o “homem comum” também deixava, cada
vez mais, de encarar as instituições sociais, as normas, como fenômenos sagrados
e passando a percebê-las como produtos da atividade humana. Nesse período
segue-se a tomada do poder pela burguesia, 1789, a tarefa que esses
pensadores se propõem é a de racionalizar a nova ordem, encontrando soluções
para o estado de “desorganização” então existente. Mas para restabelecer a
“ordem e a paz”, pois é a esta missão que esses pensadores se entregam, para
encontrar um estado de equilíbrio na nova sociedade, seria necessário, segundo
eles, conhecer as leis que regem os fatos sociais, instituindo, portanto uma
ciência da sociedade.
A verdade é que a burguesia, uma
vez instalada no poder, se assusta com a própria revolução (por exemplo, os
jacobinos).Seria necessário controlar e neutralizar novos levantes
revolucionários. Assim, o projeto revolucionário da burguesia, deveria de agora
em diante ser “superada”por uma outra que conduzisse não mais à revolução, mas
à “organização”, ao “aperfeiçoamento” da sociedade. Determinados pensados da
época estavam imbuídos da crença de que para introduzir uma “higiene” na
sociedade, para “reorganizá-la”, seria necessário fundar uma nova ciência.
Enquanto resposta intelectual à “crise social” de seu tempo, os primeiros
sociólogos irão revalorizar determinadas instituições que segundo eles
desempenham papéis fundamentais na integração e na coesão da vida social.